quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Marilda Ormy

Graduanda em Produção Cultural pela Universidade Cândido Mendes. Atua como produtora executiva e foi diretora artística do Teatro Municipal de Niterói, coordenadora geral dos projetos da Secretaria de Cultura, Subsecretária de Cultura, Presidente da Fundação de Arte, diretora do Teatro Popular e Secretária de Cultura de Niterói (2008). Atualmente trabalha com sua empresa, Mosaico Cultural, como consultora em gestão cultural e é diretora executiva da Associação Brasileira de Gestores Culturais.


GC: Quando você começou a atuar como gestora cultural?

Marilda: A partir de 1998, como gestora cultural e, a partir de 2003, como gestora pública cultural.

GC: Quais os principais desafios da profissão?

Marilda: Como gestora pública (PMN), sinto que o principal desafio é conseguir manter uma equipe séria e comprometida durante todo o processo (pré, pro, e pós produção) de determinado projeto cultural. É com esta equipe que vou traçar planos para o desenvolvimento de políticas públicas que estejam comprometidas com os desejos e necessidades do local onde trabalho. Como gestora cultural (Mosaico), gerenciar uma equipe com participação coletiva é meu maior desafio. Outros desafios nessa área: criar projetos importantes em acordo com as necessidades, desejos e expectativas de quem vai usufruí-lo, planejar detalhadamente todas as etapas do trabalho, definir as funções em acordo com os talentos e criar ferramentas para acompanhamento do movimento de cada projeto. Ex: planilhas orçamentárias, cronograma de atividades, formulários de pesquisa, etc.

GC: Como você vê o mercado profissional para os gestores culturais?

Marilda: Bom, promissor. É um mercado que está se desenvolvendo “oficialmente” a não mais de 15 anos, quando os primeiros cursos universitários de produção cultural começaram (UFF, Universidade da Bahia, Universidade Cândido Mendes...). De lá pra cá, percebo o crescimento da credibilidade em nossa área, apesar de faltar muito tempo para o entendimento, por parte do produtor (principalmente) e do gestor, de que “no final, toda produção dá certo, não importando muito o planejamento”. Destaco aí o trabalho dos pesquisadores na Economia da Cultura, que veio comprovar a importância numérica de nosso trabalho e, consequentemente, a valorização da área cultural.

GC: Você acha importante que haja cursos de formação na área? Por quê?

Marilda: Acho indispensável. Porque o profissional deve ser qualificado, de forma a eliminar a cultura de que qualquer um pode fazer produção e gestão, de forma intuitiva. O conhecimento adquirido na universidade vai facilitar a prática da execução de ações e criar profissionais diferenciados, ocasionando maior credibilidade à profissão.

GC: O que faz o gestor cultural?

Marilda: Ele coordena: se abastece, substancialmente, do conteúdo necessário ao projeto que está por desenvolver e, junto com sua equipe, planeja, coordena, controla todos os processos, analisa relatórios recebidos, avalia os resultados (principalmente os negativos), e se prepara para a coordenação de um novo projeto. Gostaria de terminar, destacando a importância da fase de pré-produção e pós-produção de quaisquer ações. Se a elas nos dedicarmos com maior afinco, a fase da produção acontece de forma leve, sem estresses, sob controle, pois todas as possibilidades de erro foram bem analisadas na pré, restando para pós, além dos agradecimentos à equipe e ao cliente, o planejamento para novos desafios.


Esta entrevista foi gentilmente concedida para os alunos do Curso de Gestão Cultural do IFSUL/Campus Sapucaia do Sul.

6 comentários:

Unknown disse...

Saber mais sobre profissionais da área, que sabem como é o dia-dia do gestor é ótimo para nós que ainda não sabemos muito como será dentro do mercado.

Unknown disse...

Então as nossas dúvidas vão pouco a pouco desparecendo...
Muito boa e etrevista,bem direta sem muito blá blá blá.
Muito obrigada a dona Marilda Ormy!

Tamires Alves disse...

A gestora explicou de uma forma clara e objetiva o que pra nós( ou pra mim), ás vezes, parece ser tão complicado expressar...
Me animei com a entrevista, ótima!

Guilherme Quadros da Silva disse...

Show!

Anônimo disse...

A profissão do gestor dá ênfase então na produção e coordenação de projetos? Ela veio confirmar o que a Prof.Fani já falou tantas vezes. Nós poderemos trabalhar em qualquer empresa que tenha um desenvolvimento na cultura, desenvolvendo e aplicando projetos? Tipo Santander, Petrobrás, Sesc, Correios?

***Solicito RESPOSTAS.

Fani disse...

Vocês podem trabalhar em empresas que possuem um setor responsável por projetos, como é o caso da Petrobrás. O mais comum, no entanto, é se cadastrar como produtor ou gestor cultural e apresentar projetos para as empresas, ou seja, o profissional da área atua de forma empreendedora. Outro campo de atuação é o setor público e o terceiro setor.

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